A legalizados cassinos e outros jogos foi o tema principal do painel de abertura do segundo dia do Congresso do Festival de Turismo de Gramado. O presidente do Instituo Jogo Legal, Magno de Souza, fez uma apresentação sobre o panorama geral dos jogos no Brasil e no mundo. De acordo com ele, estima-se que o potencial de movimentação deste segmento na economia é de aproximadamente 1% do PIB, o que em 2015 significaria R$ 5,9 trilhões, o que representaria R$ 59 bilhões. “Isso geraria R$ 17,7 bilhões em impostos sem contar concessões, licenças e outorgas”, explicou.
Souza destacou que existem dois projetos em tramitação no Congresso Nacional que visam a legalização dos jogos, um no Senado e outro na Câmara. Este segundo deve receber regime de urgência na próxima semana, o que significa que poderia ser votado em plenário a qualquer momento. “O Brasil é um dos maiores exportadores de jogadores do mundo e os jogos ilegais movimentam R$ 19,1 bilhões por ano”, revelou.
O dirigente acredita que para o Turismo, a legalização pode ser muito positiva, uma vez que aumenta a estada dos turistas e, eventualmente atrai mais visitantes e gera mais empregos e renda. Estima-se que um hotel convencional tem de 0,6 a 1 funcionário por quarto. Com há um cassino, este número salta para 3,2. “é importante dizer que cassino não atrai turista. É mais uma atividade que prende o visitante no destino. Não teremos mais uma Vegas e mais uma Macau, onde as pessoas viajam para jogar”, esclareceu.
O presidente da FBHA, Alexandre Sampaio, reiterou que a entidade é a favor da legalização do cassino, mas fez uma ressalva em relação aos projetos atuais. Ele explicou que é necessário também gerar receitas para a promoção e aprimoramento do destino. “A geração de receitas das taxas deva prever também uma taxa de room tax para os destinos turísticos. Somos favoráveis a isso e temos que discutir via emendas ou na regulamentação”, disse.
Luigi Rotunno, presidente da Associação Brasileira de Resorts (ABR), destacou que o jogo não será uma atividade fim para os turistas, mas sim um complemento. Ele estima que – se entrar em vigor – a medida deve trazer ao país pelo menos 500 mil visitantes no seu primeiro ano. Para ele, é importante que existam outros atrativos para complementar as atividades desses visitantes. “Comparo este projeto com o Golf, que não emplacou no Brasil. Os jogadores dizem que um campo não sobrevive sozinho. Os jogadores não viajam sozinhos, por isso deve existir um equipamento de lazer para a família e outros cassinos no entorno para que ele tenha opções”, finalizou.