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Aviação / Fotos

Boeing Company completa 100 anos de história; veja especial

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Uma história de 100 anos contada em uma foto: do Model 40 ao 787 (Boeing/Divulgação)

Quem diria que o dia 15 de julho de 1916 se tornaria um dos dias mais importantes da história da aviação comercial e militar, não é mesmo?! Aquela quarta-feira ensolarada tornou-se o palco do pontapé inicial de uma jornada que mudaria o rumo da aviação para sempre, com o estabelecimento oficial de uma das maiores fabricantes de aeronaves do planeta: a Boeing Company. Para estes 100 anos, o CEO e presidente da Boeing, Dennis Muilenburg, lembrou da história para traçar metas para o futuro.

“O espírito inovador de nosso fundador Bill Boeing, que nesses 100 anos se dedicou a esta companhia para sempre construir algo melhor, continua vivo e presente em todas as gerações que continuam trabalhando em cima de nossos produtos e serviços, além de mudar de forma positiva a vida de todos ao redor do mundo”, disse Muilenburg. “Ao embarcar neste segundo século de história, nosso compromisso com a excelência é mais forte do que nunca, nosso potencial é o mesmo de nossos fundadores e nossas metas devem ser ainda mais visionárias e inspiradoras”, completou.

Exatos um mês antes, porém, no dia 15 de junho de 1916, a história já começava a ganhar forma, com a decolagem oficial do hidroavião “B&W Seaplane”, a primeira da história da fabricante. Hoje, quinta-feira, dia 15 de julho de 2016, exatamente um século depois, a norte-americana comemora a marca de 100 anos de muitos projetos, desenvolvimentos de aeronaves, credibilidade, confiabilidade, lealdade e, claro, muita competitividade.

Aquele hidroavião “B&W”, que levava as iniciais de seus criadores: William Boeing e George Conrad Westervelt, realizou seu voo inaugural em Seattle ainda com o nome antigo da empresa: “Pacific Aero Products”. Na época, muito dos planos iniciais da Boeing foram os hidroaviões. O modelo foi construído a partir de um hidroavião Glenn Martin “Flying Birdcage” com o qual William Boeing havia se acidentado. Infelizmente ou felizmente, o tempo de espera para receber as peças para o reparo era longo. O resultado? A Boeing e Westervelt decidiram consertar a aeronave por conta própria (acreditem!) ainda modificaram o design.

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O primeiro avião da Boeing, o B&W Seaplane (Domínio Público)

Mal sabia a Boeing que a aeronave se tornaria uma defensora da pátria, já que no fim de 1917, cerca de sete meses após a empresa se tornar oficialmente a Boeing Airplane Company, os Estados Unidos entraram na I Guerra Mundial e precisariam de hidroaviões para treinamento. A fabricante enviou dois novos modelos C. Resultado? A Marinha gostou tanto que encomendou logo mais 50 unidades.

Quando a I Guerra Mundial terminou em 1918, no entanto, um grande excedente de aviões militares usados e baratos inundou o mercado de aviões comerciais, o que impediu as empresas fabricantes como a Boeing de vender novas aeronaves. Devido a isso, muitas empresas de aviação saíram do mercado, mas outras empresas, incluindo a Boeing, começaram a vender outros produtos, como bancadas e móveis, além de barcos de fundo plano.

O tempo passou, a Boeing utilizou toda a década de 20 para desenvolver novas aeronaves, novos protótipos e testar possíveis modelos que poderiam se tornar best-sellers. O ano de 1933 chegou e com ele chegava também o revolucionário Boeing 247, a primeira aeronave comercial verdadeiramente moderna: monoplano de metal de asa baixa, mais rápido, mais seguro e mais fácil de voar que outras aeronaves de passageiros.

Boeing 247 se tornou uma aeronave comercial revolucionária para a época (Domínio Público)

Boeing 247 se tornou uma aeronave comercial revolucionária para a época (Boeing Airplanes)

Era o primeiro avião de passageiros bimotor da história que poderia voar com apenas um motor. Com um produto tão bom na mão, surgiu uma polêmica: a fabricante construiu as primeiras 60 aeronaves exclusivamente para operações de sua própria United Airlines, o que praticamente derrubou as companhias concorrentes e levantou questões sobre o comportamento anticompetitivo, algo que o governo norte-americano tentou coibir na época.

Com a chegada da II guerra mundial, os EUA precisavam como nunca de aeronaves militares. A tendência tinha mudado, os combates em trincheiras estavam sendo trocados por ataques aéreos. Um contrato para a aeronave B-17, conhecida a “Fortaleza Voadora”, fez a Boeing entregar 12.731 unidades do quadrimotor, que podia carregar oito toneladas de bombas, até 1945. A empresa mal sabia que os EUA buscariam uma maior capacidade, com bombardeios superiores ao B-17. Resultado: o desenvolvimento do B-29, que só entrou em cena em 1941, mas fez história em 1945 por ter sido o responsável por bombardear as cidades de Hiroshima e Nagasaki, no Japão.

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B-29

Com o passar do tempo, as tecnologias ficavam mais avançadas, o que gerava um leque maior de oportunidades de desenvolvimento. Por outro lado, uma nova tendência surgia no mercado comercial de aviação, algo que mudaria para sempre o rumo das viagens de avião nacionais e internacionais: os aviões a jato. Em 1958, a Boeing começava a entrega do seu 707, primeiro jato comercial dos EUA, em resposta ao britânico De Havilland Comet, ao francês Sud Aviation Caravelle e ao soviético Tupolev Tu-104, que eram a primeira geração mundial de jatos comerciais. Com o 707 de quatro motores e 156 passageiros, os EUA se tornaram o líder na fabricação de jatos.

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Boeing 727 (Reprodução/Boeing)

A Boeing naquela época estava longe de cumprir sua missão. A fase de ouro da fabricante dava os primeiros passos no começo da década de 1960, quando foi revelado o B727 trimotor, aeronave de menor porte e mais adequada aos voos domésticos que se tornou figurinha carimbada nas ordens de encomenda de 1963. Quatro anos depois, em 1967, a Boeing chegava à família que até hoje já recebeu mais de 8.000 encomendas e segue crescendo: o B737. A aeronave tornou-se desde então o jato mais vendido na história da aviação comercial.

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Boeing 747 revolucionou viagens comerciais de longa distância

No fim da década de 1960, a Boeing mexeu totalmente com o mercado: a fabricante apresentava o imponente Boeing 747, aeronave que empolgou os mais apaixonados pela aviação e serviu como uma espécia de showcase de inovações para a época. Um superjumbo daquele até assustava pelo tamanho, e que até hoje realiza operações importantes e exclusivamente de longa distância. Outros dois importantes jatos comerciais da Boeing são o 767 e o 777. O primeiro, introduzido em 1982, inaugurou uma nova era de voos de longo curso com aeronaves operadas somente por dois motores. O 777 é uma evolução do conceito, mas com desempenho e capacidade ainda maiores.

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Boeing 247 se tornou uma aeronave comercial revolucionária para a época (Domínio Público)

A década de 1990 logo chegou e, como o tráfego aéreo de passageiros aumentou, a concorrência era mais difícil, principalmente da Airbus, uma fabricante européia na época recém formada que também produzia aeronaves comerciais. A Boeing tinha que oferecer novos produtos e desenvolveu o 757 com um único corredor, o grande 767 com dois corredores, e versões atualizadas do 737.De 2000 a 2016, muitos capítulos ainda foram escritos pela fabricante. Em 2001, por exemplo, a Boeing mudava sua sede de Seattle para Chicago, enquanto perdia para sua rival Lockheed Martin em uma competição feroz em âmbito militar. Além disso, depois de várias décadas de sucesso, a Boeing perdeu terreno para a Airbus e posteriormente, perdeu sua liderança no mercado em 2003.

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Apresentação do Boeing 787 Dreamliner, dia 08 de julho de 2007

Isto não poderia ficar assim e a Boeing sabia desta manutenção quase que obrigatória de sua liderança no mercado. O resultado foi o desenvolvimento do Boeing B787 Dreamliner, considerado o carro chefe destes últmos 16 anos. A empresa também lançou novas variantes de seus modelos bem sucedidos 737 e 777. O 787 provou ser escolha muito popular com as companhias aéreas, e ganhou um número recorde de encomendas pré-lançamento, muito por conta dos atrasos para o programa A380 da Airbus.

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Boeing 777-9X segue em desenvolvimento

Ainda dona dos maiores números na aviação comercial, a agora centenária Boeing tem uma série de investimentos em desenvolvimento, inclusive na área espacial, que em breve vão surgir no formato de novas gerações de suas aeronaves. O que nos resta agora é esperar para comemorar os 200 anos. Parabéns Boeing!

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