Londres: segurança e visto sem burocracia são chave para sucesso

Segundo Chris  Lynn, vice-presidente América do Norte e mercados emergentes London &
Partners, empresa responsável pela organização das Olimpíadas em Londres, para organizar o megaevento, a empresa estudou as últimas cidades que sediaram os Jogos Olímpicos, afim de aprender com eles. “Aprendam com a história, mas vocês também podem aprender com o eventos mais recente que aconteceu aqui no Brasil, a Copa do Mundo. Vejam o que pode ser melhorado”, incentivou Lynn.

Durante as Olimpíadas, Lynn aponta para quatro fatores que devem ser trabalhados. “’E preciso estar atento à mídia, ao turismo de lazer, aos eventos e convenções e aos negócios que podem ser gerados durante os Jogos”, explica. Segundo ele, é importante promover que a cidade está disponível para negócios, mesmo durante e principalmente depois do megaevento.

“Para atrairmos mais turistas durante o megaevento criamos uma campanha publicitária. O ‘Limited Edition London’, mostrou o que só seria possível fazer na cidade em 2012, devido às Olimpíadas”, explicou. A cidade recebeu 12,2 milhões de turistas domésticos em 2012, que gastaram um total de 2,8 bilhões de libras. Jackie Grech, diretora jurídica e política e conselheira geral da associação britânica de hotelaria (BHA – British Hospitality Association), explica que a chave do sucesso das olimpíadas é aposta no turismo doméstico, uma vez que tendem a ficar mais tempo e a retornar ao local.

Gretch ainda apontou que como resultado dos Jogos Olímpicos, Londres foi considerada a cidade mais receptiva do mundo. Segundo ela, diversas melhorias tiveram que ser feitas na cidade afim de receber o evento. “Melhoramos a infraestrutura, segurança, transportes e aumentamos em 50% nossa capacidade hoteleira”, afirmou. A expectativa é que em 2015, o RevPar (revenue par room) da cidade continue a crescer até 4,6%, com um aumento de 1,6% de ocupação. Este é o maio índice dos últimos 20 anos”, ressalta.

A diretora da BHA explicou que o visto é um forte aliado para atrair turistas estrangeiro. “Vistos menos burocráticos atraem mais visitantes. Também é importante dizer que, quando um país tem uma política de visto dura, a exemplo dos Estados Unidos, não deve-se tratar com a mesma medida. A melhor coisa a se fazer é receber bem esses turistas e fazer com que gastem todo o seu dinheiro aqui”, brincou.

Jackie Grech ainda atentou para o fator da segurança. “O mundo precisa saber que a insegurança do Brasil ficou no passado. Que hoje o país tem condições de oferecer segurança aos seus visitantes”.

Problemas vão acontecer – Grech explicou que nenhum país que sedia as Olimpíadas está sujeito a se ver livre um problema por menor que seja. “Durante os Jogos em Londres, havia a expectativa que receberíamos muitos turistas estrangeiros, então o governo sugeriu que as pessoas tirassem férias e viajassem. Isso teve um efeito muito negativo nos restaurantes, que não tiveram sua demanda suprida. Outro problema foi o forte incentivo para o turismo de grupos, por ser mais fácil de administrar. A questão é que muitos hotéis ficaram defasados com o cancelamento de grandes grupos”, explica a diretora, que completa que é importante não subestimar o turista de lazer.

Ela ainda ressalta que é necessário saber lidar com as críticas e as redes sociais. Segundo Grech, as redes sociais têm o poder de transformar qualquer pequeno problema em um grande problema muito rápido.

Em relação às oportunidades. A diretora afirma que os hotéis precisam aproveitar o momento e a publicidade. “Use os poucos quartos q você tem livre e foque no mercado que deseja atrair. Treine sua staff para falar a língua do mercado, para os costumes e cultura. Tenha uma equipe preparada”, destaca.
Outro exemplo que a diretora deu foi de hotéis que receberam delegações. “Alguns hotéis permitiam festas para comemorar medalhas de ouro. É difícil, pois não se pode prever uma medalha, mas a equipe estava sempre preparada com comidas e bebidas. Como a mídia do país costuma ficar hospedada junto ã delegação, os empreendimentos tiveram uma publicidade muito positiva”, finaliza.