
Jordi William Carnes, CEO da Barcelona Turismo
Um dos melhores cases de sucesso, que mostra como sediar uma edição dos Jogos Olímpicos pode mudar completamente a visão de uma cidade, é o de Barcelona que sediou o megaevento em 1992. Jordi William Carnes, CEO da Barcelona Turismo, apresentou a situação da cidade antes, durante e após as Olimpíadas, explicando quais estratégias foram necessárias para inserir a cidade, pela primeira vez, no ranking entre as cidades mais procuradas pelos turistas na Europa. “Um evento como esse é uma desculpa para mudar e melhorar a cidade”, definiu.
Carnes ressaltou que antes das Olimpíadas, Barcelona não era conhecida, além de contar uma taxa de 20% de desemprego, e uma crise econômica vigente. Entretanto, o país queria surpreender o mundo e realizar as melhores Olimpíadas que já aconteceram. Segundo Carnes foi necessário remodelar o aeroporto, as telecomunicações, os meios de transportes, a área urbana da cidade, até a praia teve que ser modificada. “Não usávamos as praias, e tivemos que melhorar o espaço público das praias para que as pessoas passassem a usá-la”, ressaltou.
Após o evento de 92, a cidade tornou-se mundialmente conhecida, além de integrar pela primeira vez a lista entre as cidades mais procurados do mundo. A oferta hoteleira passou de 13.352 quartos em 1992, para 34.689 quartos em 2014. O número de turistas, por sua vez, passou de 1,8 milhão em 1992, para 7,9 milhões em 2014. Em relação aos cruzeiros, a cidade passou a receber 764 cruzeiros contra os 220 que recebia na data do evento, com um aumento no número de passageiros de 132 mil para 2,3 milhões.
O projeto olímpico teve um investimento de 12,4 bilhões de euros e um faturamento de 34 bilhões de euros. Segundo Carnes é necessário não criar obras apenas para as olimpíadas, mas saber aplicar o investimento para que as áreas e os equipamentos criados sejam usados, posteriormente, pela população. “Na época construímos o Estádio F.C. Barcelona, mas além disso também focamos em esportes menores, como velódromos e espaço para arco e flecha, que hoje são muito usados”, afirmou Carnes que completou que o importante não é ser o primeiro das listas, mas acompanhar os desenvolvimentos e o crescimento.
Carnes ainda ressaltou a importância do marketing e de se criar uma marca para o destino. Além de afirmar que a cidade não pode parar. “É necessário sempre inovar e apostar no desenvolvimento”, finalizou Carnes que ainda pontuou que, embora o crescimento do destino tenha sido visível, é necessário estar preparado para os problemas e para a queda da economia que ocasiona anos após o megaevento.