Um dos itens mais importantes do nosso setor é a qualidade
dos serviços oferecidos ao turista. Se por um lado, o país ganhou maior
visibilidade no exterior com a realização da Copa do Mundo, por outro lado,
ficou mais uma vez evidente a necessidade de investimentos na infraestrutura
turística para melhor atender a quem viaja. A questão começa pelos nossos
aeroportos e rodoviárias. Mesmo com o processo de concessão de alguns dos
principais aeroportos do país para o setor privado, fica claro e evidente o
desconforto e os problemas no uso dos equipamentos, motivos constantes de
queixa. Mas a quem reclamar? A Infraero está afundada em dívidas, enquanto a
Anac já, há muito, deixou de atuar como agência reguladora, principalmente no
quesito fiscalização.
Os problemas ficam mais evidentes quando acontecem os
chamados contratempos. Basta que haja o fechamento de algum aeroporto, seja no
Rio de Janeiro ou São Paulo, para o caos se instalar. Por outro lado,
aeroportos como o Galeão, que desde agosto está sob a responsabilidade de um
consórcio, continua a apresentar os velhos problemas, como elevadores parados,
escadas rolantes quebradas e outros itens. O atendimento nos guichês também é
insuficiente para atender ao crescimento na demanda. Com a proximidade das
férias de verão, o problema deve se agravar ainda mais, já que a demanda
aumenta.
Nos portos, a temporada de cruzeiros não deve ter grandes
novidades. A chegada dos transatlânticos no final do ano deve, uma vez mais,
provocar o caos no atendimento aos passageiros. Sem conforto ou informações, as
filas de embarque e desembarque prometem tumultuar portos como o do Rio de
Janeiro. O chamado Porto Maravilha ainda é projeto para o futuro. Em algumas
das capitais nordestinas o sistema de desembarque dos navios também é precário,
obrigando os passageiros a enfrentarem uma verdadeira via crucis.
Se o Brasil é conhecido pela hospitalidade e pelas inúmeras
belezas naturais, itens como a miséria e a violência urbana são temas que ainda
preocupam. Com a chegada do verão, temas como arrastão e assaltos tendem a
ganhar as manchetes prejudicando, em muito, a imagem do país no exterior. O
despreparo dos prestadores de serviços fica evidente no atendimento e na
orientação aos que chegam. Se o Brasil almeja alcançar um padrão de atendimento
internacional, de primeiro mundo, é preciso investir cada vez mais nos
programas de capacitação e qualificação.
Esse é o país que os novos governantes e dirigentes eleitos
terão de assumir a partir de primeiro de janeiro. Quem sabe a lição da Copa e
uma percepção mais profissional levem os futuros secretários estaduais de Turismo
e governadores a verem o turismo não apenas como uma simples atividade de
lazer, mas uma indústria capaz de ajudar o país na retomada do desenvolvimento
econômico.