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Entrevistas

​Pasqualin defende vocação local como elo de qualidade

Sergio Medina Pasqualin

Sergio Medina Pasqualin


Um mercado que começou tímido e assumiu a primeira posição no país depois da abertura das importações em 1992. Esta é a definição para o segmento de Feiras, Congressos e Eventos feita pelo diretor superintendente do Expo Center Norte e presidente da Academia Brasileiro de Eventos e Turismo (ABEVT), Sergio Medina Pasqualin. Há 21 anos a frente do Expo Centre Norte, o executivo exalta a figura de Caio de Alcântara Machado, como precursor do setor dentro da cidade de São Paulo e por todo o país. Hoje, a capital paulista detém 90 mil eventos de negócios realizados anualmente e concentra u faturamento de R$ 16, 3 bilhões. “Em 2002, somamos cerca de 3% do Produto Interno Bruto (PIB). Hoje, em números ainda não oficiais, essa rentabilidade deve chegar a aproximadamente 5% PIB”, disse. Mas, segundo ele, a vocação das cidades indicam o desenvolvimento do segmento que pede uma infraestrutura diferenciada na capacidade logística, como oferta de assentos em voos, serviços de transporte e hospedagem. Confira a entrevista:

MERCADO & EVENTOS – Hoje qual o volume de feiras e eventos que são absorvidos e captados pelo Expo Center Norte?
Sergio Medina Pasqualin –
Em 1993, não havia feiras e congressos no Expo Centre Norte. Já em 1994, fechamos o ano com a realização de 17 feiras. No ano passado, o número superou as expectativas com a realização de 80 feiras, 700 congressos, 16 mil empresas expositoras, 55 setores da economia contemplados e a ordem de 2 milhões de visitantes, sendo 25% de estrangeiros das mais diversas nacionalidades. Ainda este ano devemos crescer 11% em operações nos segmentos de eventos.

M&E – Quanto o segmento de feiras de negócios e eventos – de uma maneira geral –  movimenta no mercado Brasileiro?
Sergio Medina Pasqualin –
Não temos dados oficiais nos últimos anos, mas em uma montagem de informações nos posiciona a chegarmos  em aproximadamente 5% do Produto Interno Bruto (PIB). Os números oficiais – de 2002 – nos mostram um faturamento na casa de 3%. Mas estes dados estão muitos defasados devido a falta de um cruzamento de  informação existente hoje no setor de feiras e eventos. Esses números ainda são baixos se comparados a outros países desenvolvidos como Alemanha e Estados Unidos quando o faturamento do segmento corresponde a 10% do PIB. Se pegarmos a cidade de São Paulo como base, onde o impacto econômico das feiras de negócios somam R$ 16, 3 bilhões e cerca de 90 mil eventos por ano. No panorama geral do Brasil, o número poderia ser maior. Ainda temos muito pra buscar dentro deste segmento.

M&E – O qual falta para este desenvolvimento do país?
Sergio Medina Pasqualin –
O desenvolvimento não termina nunca, por isso se chama “desenvolvimento”. Temos no país várias cidades com diferentes vocações. A vocação maior de São Paulo é a parte de serviços. Hoje são 250 mil metros quadrados de áreas de pavilhões divididos entre Expo Center Norte, Anhembi, Transamérica Expo Center, Imigrantes, Pro Magno e Bienal. porém, de olharmos para a feira Milano (Itália) são 400 mil m²; em Düsseldorf (Alemanha) são 210 mil m²; o Orange County (Orlando) tem 200 mil m², São Paulo tem uma área comparável a estes outros grandes destinos. Mas, a característica única da capital paulista – já que cada um tem seu pavilhão – são as metragens e as administrações são divididas. Hoje há uma necessidade de coordenação integrada da ocupação destes espaços. Isso reflete na rede hoteleira, aviação e serviços de uma maneira geral.

M&E – Neste sentido então, não há uma concorrência direta com a capital paulista?
Sergio Medina Pasqualin –
Sim há. Temos exemplos bem sucedidos como Gramado (RS), por exemplo. Em Gramado se realizam alguns eventos com caráter regional e temático. A análise na vocação dos destinos nos permite desenvolver eventos adequados e que gerem rentabilidade nos segmentos econômicos. Uma visão que tem tomado um viés – um tanto quanto – contraditório é a tentativa de se criar novos pavilhões ao redor do país deslocando as feiras existentes em determinadas cidades. Isso não é incremento de mercado e, sim, um deslocamento de recursos. Esse é um erro básico na conceituação do “negócio” feira e ele se caracteriza em qualquer cidade do mundo como uma reunião no mesmo local, com o maior numero de pessoas e empresas do mesmo setor, no mesmo momento e com a mesma finalidade.  Feiras concorrentes dividem os mercado, os orçamentos e as equipes.

M&E – Agora se pensarmos na Academia, o que os estudantes e o mercado podem esperar durante sua gestão à frente da ABEVT?
Sergio Medina Pasqualin –
Estamos preparando e executando uma plataforma de qualificação de mão de obra em um projeto educacional com várias ‘empresas realizadoras de feiras’ na Europa. Focamos em universidades no país como FGV, Faap, ESPM, Senac e Anhembi Morumbi com as principais ‘messes’ internacionais. O início será pela cidade de São Paulo e o programa buscará – junto a essas universidades – alunos com especialização na área de eventos e turismo fluência em inglês e que tenha o TCC focado no segmento. Entre as atividades, os referendados participarão de capacitações e estágios em empresas como pavilhão, promotora e montadora de eventos, na capital paulista e, no exterior, conhecerão mundos diferentes com convergência de tendência e globalização”, comentou. No total, serão 10 alunos enviados por semestre no programa que terá inicio em 2015.

Luciano Palumbo

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