Economia em recessão, queda nos negócios e crescimento abaixo do esperado. Com raras exceções, esse é o cenário num ano marcado por Copa do Mundo e eleições. Não é de se estranhar que a indústria do turismo não tenha ficado imune ao verdadeiro tisuname financeiro que abalou os diversos setores da economia, num ano atípico influenciado pela crise mundial. O resultado é preocupante. Apenas no segmento de operadoras e agências de turismo fecharam as portas este ano as operadoras Pradines, Luxtravel, Shangri-La, Marsans e Turismo Andino, entre outras.
A verdade é que desde a redução das comissões pelas empresas aéreas e a grande concorrência das OTAs, o segmento das agências e operadoras não conseguiu manter o ritmo de crescimento que vinha registrando na última década. O fechamento de algumas destas operadoras se reflete diretamente no segmento das agências, principal cadeia intermediária entre o fornecedor e o cliente. Diante deste quadro, a Abav promove em setembro a Expo Internacional de Turismo, o maior evento do gênero no país. Uma excelente oportunidade para se promover uma ampla discussão sobre novas estratégias de comercialização e o papel do agente de viagens neste complexo mercado do turismo.
Recentemente durante palestra organizada pelo M&E no Rio de Janeiro, o presidente da Trend, Luiz Paulo Luppa, conclamou os agentes de viagens a utilizarem todo conhecimento e persistência para convencer os clientes a realizarem suas viagens de sonhos. Lembrou a necessidade do agente ser mais agressivo – no bom sentido – nas estratégias de venda junto ao consumidor. Na outra ponta da tabela, o Governo acena com campanhas de incentivo ao turismo doméstico, como a #Partiu Brasil. Todas essas iniciativas são louváveis mas insuficientes.
É preciso que o Governo adote medidas de incentivo, como tem feito em relação a outros setores, da economia , de modo a criar linhas de financiamento com baixos juros, redução na carga tributária e outras medidas efetivas que possam amenizar o impacto da crise no turismo. Nunca é demais lembrar que com a queda no poder aquisitivo , um dos primeiros itens a serem cortados pelo consumidor é o lazer. O rol de falências no setor tende a crescer caso não sejam adotadas medidas efetivas que possam reduzir o impacto na crise econômica no setor. Enquanto o turismo não for reconhecido como um viés efetivo no processo de recuperação econômica do nosso país, corremos o risco de assistir a outros atores integrantes deste processo se retirarem de cena sem um final feliz.