Vimos o Turismo se tornar um assunto recorrente no Brasil nos últimos meses. A realização da Copa do Mundo trouxe o tema à luz das discussões cotidianas. A grande imprensa e a sociedade em geral falaram sobre isso, graças a movimentação gerada pelo megaevento. Há tempos, a nação necessita de um amplo debate sobre esta indústria e não há momento mais propício para isso, já que a corrida eleitoral para os governos federal e estaduais já começou.
É importante que o Turismo entre de vez na agenda econômica do país e os postulantes ao Palácio do Planalto devem ser estimulados a falar dos seus planos para o setor. Não se pode deixar essa discussão esfriar. A Copa do Mundo não trouxe apenas bom futebol e milhares de estrangeiros para o Brasil, mas também jogou luz sobre a capacidade da indústria do Turismo em gerar emprego e renda. Foi isso que se viu nos quatro cantos do país. E o melhor de tudo, vimos “clientes” satisfeitos e dispostos a voltar. Isso pode gerar um grande debate dos candidatos sobre como aproveitar este momento único.
Essa discussão, no entanto, precisa ser pautada por necessidades e fatos reais. Não ajudam em nada debates inócuos sobre aumentos pontuais de preços ou casos isolados de turistas que foram mal atendidos. Está claro que os empresários já sabem qual é a sua parte no desafio de desenvolver ainda mais o setor e seguem – muitos deles a passos bem largos – este caminho há muito tempo.
Ao questionar um grande empresário do setor sobre a possibilidade de um novo ciclo de desenvolvimento para o Turismo no Brasil a partir de 2015, ele respondeu: “se o governo não atrapalhar, sim”. Este é um ponto. O ponto de partida, aliás. No entanto, precisamos de muito mais que isso. Precisamos de uma agenda positiva que contemple melhoria de infraestruturas e estímulos ao mercado emissivo e a destinos. Isso não significa ajuda, mas sim a implementação de políticas inteligentes para que as ações de promoção ganhem agilidade e eficiência, além de uma tributação mais justa e a regularização das contratações temporárias. Pautas antigas do setor, mas que seguem sem ter muita atenção.
Após pouco mais de uma década da criação do Ministério do Turismo é claro que contabilizamos inúmeros avanços. Hoje o Turismo é visto e reconhecido como uma forte indústria. O fato, porém, é que o espaço para crescimento é ainda enorme. Como costuma dizer um importante executivo do trade, trata-se de um setor ainda embrionário. Por que não aproveitar este momento de discutir o país como um todo para conceber um novo ciclo no Turismo? O setor clama por mais visibilidade e por um lugar cativo na agenda econômica do país, pois pode contribuir para o desenvolvimento e para o crescimento do Brasil. Lideranças e entidades podem tomar à frente neste debate e mostrar o potencial e necessidades da nossa indústria. Com a palavra agora, os senhores candidatos.