
Marco Ferraz
As operadoras Braztoa registraram em 2013 um faturamento de R$ 11,1 bilhões. Isso significa um crescimento de 4% em um cenário que era pessimista no inicio do ano passado. Por este motivo, os números do anuário da entidade foram bastante festejados pelo trade. O número de passageiros embarcados teve um acréscimo de 5%, alcançando 5,9 milhões, 200 mil a mais do que em 2012. “Estamos comemorando este resultado, pois foi acima do esperado. No início do ano estávamos prevendo que 2013 seria estável”, afirmou o presidente da Braztoa, Marco Ferraz, lembrando que em 2012 houve uma queda de 5%. Entre os destaques apontados pelo Anuário, estão as vendas para a América Central, que tiveram uma alta de 77% em relação ao ano passado. Ainda no internacional, houve um crescimento de 4,5% na América do Norte e 18% na Europa. No nacional, o Nordeste ainda representa a maioria das vendas, com 68%, seguido do Sudeste (16%), Sul (11%) e Norte e Centro Oeste (5%). Veja abaixo a entrevista:
MERCADO & EVENTOS – A previsão era de um ano sem crescimento. Como os operadores Braztoa receberam a notícia do avanço de 4% no faturamento e de 5% no número de passageiros em 2013?
Marco Ferraz – Foi uma surpresa agradável. A gente esperava terminar o ano empatado com os resultados de 2012. E um crescimento de 4% com 200 mil passageiros a mais é um volume bem grande e receber esta notícia foi muito gratificante para a gente. Isso serve também de estímulo para 2014, que é também um ano difícil para trabalhar melhor os sites, agregar valor aos nossos produtos, colocar formas de pagamentos mais atraentes e desenvolver novas rotas, como são os casos de Equador, Cuba e Marrocos, por exemplo. Queremos melhorar um pouco de cada coisa para melhorar a nossa performance e chegar no fim do ano com outro resultado positivo. Acreditamos que 2014 terminará estável, não será um ano fácil.
M&E – O crescimento das vendas de destinos da América Central foi um dos dados que chamou a atenção no anuário, com uma alta de 77% em relação a 2012. Isso demonstra esta busca das operadoras pelo desenvolvimento de novos produtos?
Marco Ferraz – América Central e Caribe são produtos bem típicos das operadoras, pois envolvem hotéis all inclusive, fretamentos e bloqueios. Esta fórmula é imbatível para os brasileiros. As operadoras estão conseguindo fazer valer o seu expertise no Caribe. Além disso, o aumento de rotas ajudou bastante. A Gol lançou um hub na República Dominicana e também voa para Barbados, a Copa Airlines tem 12 voos por dia do Brasil e a Avianca tem diversas rotas via Bogotá, além da volta da Cubana de Aviación. O Caribe é um destino muito forte para os brasileiros.
M&E – De acordo com os números do anuário os operadores Braztoa venderam 545 mil passageiros para os Estados Unidos. Ao mesmo tempo, o país recebeu 2,96 milhões. Isso indica que muitos ainda compram sozinhos? Como crescer neste nicho?
Marco Ferraz – A ferramenta para vendas online nós já temos. Todas as operadoras já possuem este tipo de tecnologia. O que nós não temos é o mesmo investimento em propaganda que as OTA’s possuem. Não consideramos essas agências onlines empresa de Turismo, mas um fundo com operação financeira para no futuro vender cotas ou serem vendidas na bolsa. Falando de Turismo, estamos crescendo normalmente e organicamente. E um terço deste número está de bom tamanho para o nosso mercado, uma vez que muitos viajaram mais de uma vez para o destino.
M&E – Qual foi a importância da Turismo Week para este crescimento? Quais são os planos para as próximas edições?
Marco Ferraz – A participação ainda é pequena, mas vemos, em um futuro muito próximo, a Turismo Week como o principal evento da Braztoa. Já temos pedidos para fazer mais do que duas edições por ano, mas acredito que devemos optar por uma no começo da baixa no primeiro semestre e outro no início da baixa do segundo. Muitos destinos já estão nos procurando para patrocinar a próxima edição.
M&E – Qual é a sua avaliação da segunda participação da Braztoa na WTM-LA?
Marco Ferraz – Recebemos boas respostas dos expositores. Os operadores estão muito contentes. Muitos estandes distribuíram todos os seus kits somente no primeiro dia. O balanço é muito positivo, estamos no coração da feira e o índice de retenção no nosso espaço foi bem alto. Conseguimos ver durante toda a feira, muitos visitantes parados e conversando com os operadores.
M&E – O Nordeste continua sendo o principal destino nacional, com 2,7 milhões de passageiros, mas o Sudeste registrou uma queda significativa. O que explica este fator?
Marco Ferraz – O primeiro destino é o Nordeste, onde tivemos um acréscimo de 500 mil passageiros no ano passado. O Sudeste vem em segundo, mas tivemos uma queda de 50%. Isso se deve ao aumento dos valores dos pacotes, principalmente Rio de Janeiro, que é o principal destino da região.
M&E – A participação em faturamento do doméstico e do internacional são idênticas, com R$ 5,6 e R$ 5,1 bilhões, respectivamente. Já no número de passageiros, a participação do nacional é muito maior, com 70%. A que se devem esses fatores?
Marco Ferraz – O ticket médio do internacional é muito maior. Isso prova que viajar pelo Brasil não é mais caro do que ir para o exterior. No internacional, o nosso principal destino é a América do Norte, seguido da Europa, América do Sul e América Central. Percebemos uma redução na América do Sul, o que se deve a procura dos passageiros que já viajaram pelos destinos da região, por outros produtos. Mas em 2014 ela deve voltar a crescer, uma vez que a Argentina é o destino mais procurado da Turismo Week.