
Antonio Azevedo
Eleito para mais dois anos frente a Abav Nacional, Antonio Azevedo estipulou uma missão para o seu segundo mandato na entidade que representa os agentes de viagens. Ele quer mais participação das associadas nas atividades, eventos e cursos promovidos pela Abav. Mais do que isso, ele está disposto a ouvir sugestões e demandas que contribuam com a entidade. Hoje são cerca de 3,5 mil associados em todo o Brasil e um dos objetivos é que eles sejam atingidos por um novo plano de comunicação que deve ter início em 2014. “ Eles têm que entender que a entidade não é da diretoria, mas de todos eles. Desta forma pretendemos fazer com que os agentes se disponham a participar das nossas atividades. A nossa estratégia está muito ligada a comunicação para fazer com que a gente consiga chegar ao associado por meio dos canais que temos”, disse. Veja abaixo a entrevista completa:
MERCADO & EVENTOS – O senhor está no início de uma nova gestão. Quais são os principais planos da sua diretoria para os próximos dois anos na Abav Nacional?
Antonio Azevedo – Nossos planos estão traduzidos no nome que demos a nossa chapa, que é Pró-Agências. Vamos trabalhar cada vez mais a favor dos agentes de viagens. Trabalhamos para os agentes e queremos atingir todos os profissionais que trabalham nas agências no Brasil. O nosso setor continua atravessando mudanças significativas e existe a necessidade que as agências façam adequações para este novo patamar que vem se desenvolvendo nos últimos anos. Entendemos que para isso deve haver um forte apoio nosso para valorizar o papel do agente de viagens.
M&E – O senhor já afirmou que agentes precisam participar mais da entidade e hoje a Abav conta com cerca de 3,5 mil associadas. O que vocês irão fazer para que isso aconteça?
Antonio Azevedo – Este é o nosso grande desafio, pois sempre houve esta dificuldade. Temos uma experiência acumulada da época em que eu coordenava o Iccabav e vamos tentar buscar junto ao associado uma maior participação. Eles têm que entender que a entidade não é da diretoria, mas de todos eles. Desta forma pretendemos fazer com que os agentes se disponham a participar das nossas atividades. A nossa estratégia está muito ligada a comunicação para fazer com que a gente consiga chegar ao associado por meio dos canais que temos e assim mostrar que a entidade está ao lado dele e trabalhando para ele. Entendemos a dificuldade, porque o agente tem uma profissão quase exaustiva, sem horários e com muita responsabilidade. Mas se cada um contribuir de forma mínima, atingiremos nosso objetivo. Temos que ter mais agentes de viagens na nossa feira também, buscando atualização, porque o profissional que não se atualizar, vai ter uma dificuldade grande para sobreviver.
M&E – O senhor falou em mostrar aos agentes os benefícios de ser associado. O que a entidade tem feito para que fornecedores e o mercado valorizem mais os agentes de viagens?
Antonio Azevedo – Este é um trabalho constante, mas muitas vezes não visto, por isso que eu sempre digo que temos de aperfeiçoar o nosso canal de comunicação. Vamos procurar vantagens objetivas, que são convênios com fornecedores e outros que possam beneficiar os colaboradores das agências, como convênios com farmácias e outros tipos de estabelecimentos, por exemplo. Esses acordos poderão ser nacionais ou locais. Mas há a vantagem que não é material, que é a possibilidade de enriquecer a entidade com sugestões e com a participação ativa. Vamos utilizar o Iccabav para capacitar mais o agente e para isso estamos com um projeto de certificação. Quem faz o curso recebe um certificado não apenas presencial, mas para fazer parte do currículo. Quando vamos ao médico, dentista, vemos uma porção de diplomas na parede e por que o nosso profissional também não pode? Queremos dar isso para ele também.
M&E – O novo plano de comunicação é uma das principais bandeiras desta nova gestão. Qual a principal diretriz e quais objetivos serão atingidos com ele?
Antonio Azevedo – A valorização dos gente de viagens, esta é a nossa principal diretriz. O início foi com o lançamos daquele vídeo com a música do Buchecha durante a nossa feira em parceria com a CVC. Mas temos um plano de comunicação preparado de forma profissional para desenvolver diversas ações ao longo de 2014 neste sentido. Vamos usar canais alternativos, como são as mídias sociais que são mais acessíveis. Antigamente tínhamos que ter um outdoor, mas hoje temos que que estar no Facebook, no Twitter, no e-mail. O nosso orçamento não é grande, mas vamos otimizar para passar a nossa mensagem. Da mesma forma que para comprar um remédio se consulta um médico ou um farmacêutico, para viajar o consumidor tem que consultar um agente. Nem tudo se pode fazer sozinho, para comprar uma passagem há uma diversidade de tarifas e rotas e temos que demonstrar que o profissional tem o expertise para isso.
M&E – Essas ações são resultado de uma demanda da categoria?
Antonio Azevedo – Não apenas isso, mas claro que existem comentários que nós acompanhamos. Eu realmente acho que temos que escutar as vozes corretas e reconhecemos que nosso processo de comunicação precisava ser aperfeiçoado. Já tivemos avanços nos dois últimos anos, mas não está no patamar que queremos. O objetivo é que se sinta a diferença em ser ou não uma agência Abav.
M&E – Um dos objetivos já anunciados por vocês é a aprovação da regulamentação da atividade das agências. O que o senhor acredita que muda com a nova lei?
Antonio Azevedo – Efetivamente não muda muita coisa de imediato, mas o principal ponto é o reconhecimento de uma atividade que é diferenciada e precisa ser regulada. Nós queremos estar ao lado do nosso cliente, o consumidor. É dele que vivemos, não dos fornecedores, até porque hoje as companhias não pagam mais comissão. Além disso, vamos trabalhar em uma autoregulamentação, pois temos que estar atentos de que forma que o associado está trabalhando. A ideia é estipular regras de acordo com as necessidades dos agentes, fornecedores e consumidores.