De forma inédita, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) vai acompanhar os preços das passagens à venda para o período da Copa do Mundo. Esta será uma forma do governo coibir abusos das companhias aéreas, que preveem no período um “efeito réveillon” prolongado, em que os passageiros deverão pagar preços mais altos que nos dias comuns para transitar pelo país.
Representantes do governo e das principais companhias aéreas nacionais se reuniram na última quinta-feira (31/10), no Ministério da Justiça, em Brasília, para definir acordos operacionais para a Copa. Além da fiscalização prévia feita pela Anac, as empresas aéreas se comprometeram a entregar à agência reguladora uma nova proposta de malha aérea, 15 dias após o sorteio dos grupos – que acontece no dia 6 de dezembro -, que definirá os locais onde jogarão as seleções.
De acordo com o diretor geral da Anac, Marcelo Guaranys, o preço das passagens entre cidades-sede ou cidades que abrigarão equipes deverá cair frente ao custo atual, mas voos entre cidades fora desse eixo podem ser cancelados para atender à demanda dos jogos. “A Anac recebe informações de passagens vendidas a cada 30 dias, mas, para a Copa, esse relatório será quinzenal”, afirmou Guaranys. Segundo ele, se houver abusos das companhias aéreas, a agência poderá agir para ampliar a oferta ou, eventualmente, acionar o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) ou a Secretaria Nacional do Consumidor (Senaco).
“Vamos alertar o consumidor para o fato de que haverá mudanças na malha aérea”, lembrou Eduardo Sanovicz, presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), que destacou que atualmente 75% da malha aérea está fora do eixo da Copa, por isso os voos serão realocados.
Segundo Sanovicz, apesar de aumentar a demanda por voos entre as cidade da Copa, as companhias aéreas preveem uma queda geral na vendas por causa de remanejamentos de eventos profissionais ou mesmo de férias escolares, reduzindo a demanda comum de passagens no período.
O Globo